quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Amor Barato [Parte 2]


Começaram a conversar, assuntos do cotidiano. Ele falava sobre a faculdade de psicologia que estava fazendo, que morava sozinho desde os 15 anos e que nunca se deu muito bem com as pessoas. Falava sobre a vida dele, contava sobre os diversos psicólogos que procurou, que não os achava humanos, mas, mesmo assim, queria ser um. Queria ajudar os outros para se ajudar. A moça não falava, respondia o que ele perguntava, ficava impressionada com o vocabulário do jovem, com o respeito que tinha com ela e com seu jeito interessante de analisar as coisas. Não era acostumada a conversar com seus clientes, eram todos safados que apenas queriam algumas horas de prazer.
As horas passaram, ela se foi. Ele a pagou e marcou outro horário, na semana seguinte. Ela riu e disse ''Tem certeza que isso irá lhe ajudar?''. Ele riu e disse ''Só assim encontrarei respostas para coisas que nem perguntei''. Ela saiu, desmarcou o horário da noite, queria refletir sobre o ocorrido. Foi para a pensão e deitou. Ficou lá, inerte, refletindo sobre o jovem. Se sentia estranha, ansiosa para chegar a semana seguinte, queria voltar e saber mais sobre o garoto. Pensou, bloqueou aqueles pensamentos. Não poderia se envolver com aquele garoto, era muito risco.
Acendeu um cigarro, levantou-se da cama e foi ao banheiro. Tomou um banho gelado e dormiu. Sonhou com o garoto, um sonho terno e maravilhoso. Sonhos que ela nunca teve em sua vida inteira. Acordou assustada, com medo do sonho, medo por ele ser tão bonito, por ele não parecer com sua realidade. Acendeu mais um cigarro e pensou, negou, riu. Voltou para cama, decidiu não ver mais o rapaz.

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