sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal e Próspero Ano-Novo!

Bom, já que o blog tá um pouco "parado" (talvez, devido às festas deste fim-de-ano...), eu, Victor M., deixo aqui o meu feliz natal para todos e já estendo estes meus votos aos de ano-novo para que todos tenhamos um excelente ano de 2011.

Boas festas! E que Deus a todos vocês ilumine! :D

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Utopia?


"Ah! Não!... Esta terra maldita em que vivemos não dá felicidade a ninguém. É impossível ver claro nesta terra de trevas: não existe tranquilidade perfeita neste mar tenebroso; não se consegue viver sem combates neste lugar de tentação e neste campo de batalha; não ficaremos isentos de picadas nesta terra coberta de espinhos. Quer se queira quer não, predestinados ou réprobos, todos deverão carregar a própria cruz de bom grado ou de má vontade."

- S. Luís de Montfort, in Lettre Circulaire Aux Amis de La Croix

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Fight with Words


Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça.
- Carlos Drummond de Andrade

Assistia eu à uma palestra da ilustríssima escritora brasileira Ana Maria Machado. Mulher de contracorrente: sempre teve como ideal extinguir as correntes de ferro que amordaçam a liberdade dos homens. Mulher essa tão inédita que preferira começar suas estórias com o clássico "...viveram felizes para sempre" e terminá-las com "Era uma vez...".

Na palestra, Ana Maria chamava atenção sobre o trabalho da escrita. Dizia ela que a obra não é fruto de sensacionalismo, mas de responsabilidade. Que aqueles que se empenham a escrever um livro, devem fazê-lo sem dar ouvidos às inspirações romancistas que, muitas vezes, são todas por nós inventadas. O trabalho literário - dizia ela - é algo racional, onde o escritor faz acordo com seu talento, numa luta sem fim com as palavras.

Confesso que isso me chamou muita atenção. Ora, é bem verdade que muitas vezes somos preguiçosos na escrita porque pensamos que toda obra literária deve vir acompanhada de influências externas, meras inspirações passageiras. Não. O trabalho de escrever é duro e deve, isso sim, vir acompanhado de um compromisso em expor o que está preso em nossa mente.
 
 

sábado, 18 de dezembro de 2010

Down em Mim


 
''Da privada eu vou dar com a minha cara
De babaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados''

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Parresía


- A virtude de não ser politicamente correto -
"Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares

No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou"
- Clara Nunes, in "Canto das Três Raças"
Sempre admirei aqueles que protestaram ante às ideologias e circunstâncias da vida.
São dignos de honra os que, por não terem papas na língua, expuseram suas ideias integralmente, sem omitir partes de seu ideal.
Souberam expressar-se. Enfrentaram as oposições. Calaram as vozes alheias.
Nunca se preocuparam com a política do "politicamente correto", que faz-nos aceitar as tolerâncias propostas, proibindo o humor crítico e fechando-nos com nossas ideias que, ao invés de levarem luz para o mundo, apodrecem nos cárceres de nosso intelecto.
Ao deixarmos a liberdade agir, ganhamos o espírito de Parresía.
Jamais diremos as coisas pela metade e, recusando-nos ao posto de embaixador da mentira, seremos sempre impulsos para discussões abertas.
Discussões essas, atritos esses, que conduzem à tão desejada conclusão.
O espírito de Parresía nos ensina a não dizer nada pela metade e encararmos o mundo com olhos bravos, sem jogar para a torcida.
Pois acabaram por ganhar o bom juízo histórico aqueles que, ainda assim, não temeram os juízes humanos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bond (ou não) em foco

A Espada como Bênção

Pai, foste cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!

Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como benção!
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Meu favorito.



Muitas vezes me perdi no tempo como me perco quando vejo aqueles olhares me cercando
Entre uma vasta floresta de vozes,
pior ainda,
Vozes que ecoam sem nenhum sentido concreto ou substancial
Que mergulham em nosso ouvidos frágeis e incertos
Incertos a cada sentido que nos é emitido
A cada momento vivido

Zero



"Era fácil ver mortes e revoluções nos cinemas, nas fotografias e nos livros de história. Agora, José, você vê tudo isso ao seu lado. E a morte é verdadeira, o sangue é mesmo, a revolução caminha. Você está nela, queira ou não [...]. Pense que, daqui para a frente, os ferimentos vão doer e as pessoas vão sofrer por sua causa, assim como você vai sofrer por eles"
 
 
 
 
Zero, Ignácio de Loyola Brandão

domingo, 12 de dezembro de 2010

Quae est ista?


Como és bela, ó minha flor!
Como és agradável entre todas as mulheres!
São melhores que o vinho teus amores!
Mais prazerosa que a aurora tuas carícias!
Mas, ainda que posso nomear-te a mais bela entre as moças,
Quem és tu, ó minha amada?
Quem realmente sois por detrás desta loura estrela
Que contemplava eu, suspirante, ao observar o céu?
Admirar-te faz-me encher de indagações
E, junto a mim, perguntam-se os anjos todos:
Quem é essa mulher formosa?
Terrível como cavalheiros na batalha?
Tão gigante como o sol e a lua
Que, aos marinheiros errantes, é guia certeira?
Mostra-me Tua face, ó minha bela,
Pois Tua voz é suave e Teu rosto é lindo!
Tua vestimenta é alva como a neve!
Qual lírio cheiroso entre espinhas duras,
Tal sois Vós, minha companheira, entre as criaturas!

- Victor Moreira (versos meus)

Texto de Outro


 "SRI LANKA, quem sabe? Ela me diz, morena e ferina, e eu respondo por que não? mas inabalável continua: você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa?

Devaneios de uma mente sem fim


''A liberdade é o oxigênio da alma.''

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Carpe Diem em foco

"De mau no mundo considero apenas isto: aquilo que me impede de ter todo o prazer que me cabe nas circunstâncias da liberdade" (Discurso de um jovem moderno)


"(...) Conversando com os sonhos, brincando de ser juiz no repousar de minha autonomia e responsabilidade, vi-me num vale de lágrimas, sobre dois horizontes distintos. Dum lado, encontrava-me a mercê duma vista brilhante. Suas luzes vinham, sorriam, encantavam e sumiam, como fogos de artifício no cenário poluído da cidade. Sobre seus átrios, erguiam-se os mais sensuais dos edifícios, sempre prontos a oferecer um café preto e apetitoso. As paixões e entusiasmos daquele lugar eram estridentes, ardentes, flamejantes. Seus súditos vestiam-se de roupas divertidas, que despertavam em todo transeunte sensualidade implícita, mas quase devorante. Esta, num repente olhar, fazia reflexo do sol negro, contribuindo para arder, qual fogueira sobre a relva, os dizeres enxadrezados: carpe diem quam minimum credula postero..."

- Victor Moreira (texto de minha autoria)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mrs. Death

Quantos papeis essa atriz não faz
Ela atua como uma das nossas únicas certezas
Ela é o protagonista e ao mesmo tempo antagonista
Ela é a mudança e a permanência
O ínicio e o fim.
Um recomeço?

Juíza, carrasca e vítima

Para uns, traz o sofrimento
Para outros, a libertação
Para um povo, é sinal de luto
Mas pode ser um sinal de fim da opressão

Reencarnação? Pós-vida? Ou o simples nada?
Em algum instante,
Nunca teve curiosidade em saber a verdade?
Não, deve tudo passar de preocupações que machucam,
Sem ao menos nos tocar

Quantos mais querer encurtar o caminho?
E quanto mais querem prolongar o prazo?
Afinal, Quem está certo?
Creio que estão todos certos-errados

Ódio, ciúme, fúria, indiferença, dor, irracionalidade, amor...

És tão simples, mas tão complexa
Você, Morte

Pedro Moreira

Utopia de gigantes


Seres utópicos
De sete cores diferentes
De sete vidas diferentes
Se transformam a cada primavera
Se misturam, confusos, a cada inverno
Trazem a alegria e o sofrimento
São os extremos
Pólo sul e pólo norte
Se transformam de sorriso à lágrimas
Banham-se nas profundezas marinhas
Com o doce aroma de viver
E morrer

It's the most wonderful time of the year


Cartões de Natal
Coloridos, tão iguais!
Mas este, ah... o amor...
- Teruko Oda

Reação em foco

Qual o sentimento ao ver esta imagem? 


domingo, 5 de dezembro de 2010

A vida é um constante recomeço.



      “Recomeçar é doloroso”- mas faz-se necessário, acrescentaria eu à citação de Caio Fernando Abreu. Todo recomeço exige deixar para trás conceitos,valores e adequações que não deram certo no passado. É despir-se do seu antigo ‘eu’ e buscar um novo caminho. Mas como somos apegados! No fundo queríamos que tivesse dado certo, e então tentamos refazer o mesmo caminho, na esperança de que dessa vez as coisas sejam diferentes.
      Muitos vivem em um passado presente. Não perdoam os erros cometidos, não se conformam com a perda de um ente querido... e deixam de viver. Simplesmente respiram, andam, executam suas atividades e aquela solidão os acompanha. A vida acaba se tornando morna. Que não pesemos à vida, mas,também, não deixemos ela simplesmente nos levar.
      Não chore pelo o que não deu certo e tire daí sua decisão de recomeçar. Não fique parado, não espere que recomecem por você. Há tantas maneiras de trilhar um caminho, e recomeçar é uma oportunidade maravilhosa de crescer. Com ou sem a pessoa que você deseja. Com ou sem um plano.

Prólogo


Não quero café morno
Nem metade do pão
Não gosto de meio termo, de nada que não me domina
Ou tenho, ou não tenho
Oito ou oitenta
Ou sim, ou não
Nunca talvez
Quero você
Quente e inteiro
Ou então
Saia do meu porta retrato
Pois obras não terminadas
Não permanecem aqui!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Amor Barato [Parte 2]


Começaram a conversar, assuntos do cotidiano. Ele falava sobre a faculdade de psicologia que estava fazendo, que morava sozinho desde os 15 anos e que nunca se deu muito bem com as pessoas. Falava sobre a vida dele, contava sobre os diversos psicólogos que procurou, que não os achava humanos, mas, mesmo assim, queria ser um. Queria ajudar os outros para se ajudar. A moça não falava, respondia o que ele perguntava, ficava impressionada com o vocabulário do jovem, com o respeito que tinha com ela e com seu jeito interessante de analisar as coisas. Não era acostumada a conversar com seus clientes, eram todos safados que apenas queriam algumas horas de prazer.
As horas passaram, ela se foi. Ele a pagou e marcou outro horário, na semana seguinte. Ela riu e disse ''Tem certeza que isso irá lhe ajudar?''. Ele riu e disse ''Só assim encontrarei respostas para coisas que nem perguntei''. Ela saiu, desmarcou o horário da noite, queria refletir sobre o ocorrido. Foi para a pensão e deitou. Ficou lá, inerte, refletindo sobre o jovem. Se sentia estranha, ansiosa para chegar a semana seguinte, queria voltar e saber mais sobre o garoto. Pensou, bloqueou aqueles pensamentos. Não poderia se envolver com aquele garoto, era muito risco.
Acendeu um cigarro, levantou-se da cama e foi ao banheiro. Tomou um banho gelado e dormiu. Sonhou com o garoto, um sonho terno e maravilhoso. Sonhos que ela nunca teve em sua vida inteira. Acordou assustada, com medo do sonho, medo por ele ser tão bonito, por ele não parecer com sua realidade. Acendeu mais um cigarro e pensou, negou, riu. Voltou para cama, decidiu não ver mais o rapaz.