domingo, 21 de novembro de 2010

"Nel paradiso di Dante, io trovai una rosa..."

["No paraíso de Dante, encontrei uma rosa..." - Fausto Montanari, Reserve su l'Umanesimo]


Meus olhos, no paraíso, fitaram-na
Simples e humilde como a erva do campo
Tranquila parecia naquele longínquo jardim
Que os conflitos dispersava à lentos passos

Ainda não exuberante como nas guirlandas
Mas fechada em si mesma no leito do jardim
Fazia tanto a rosa sucesso
Que em todos os que por ali passavam
Brotava-lhes a esperança de que abriria
Numa serena manhã azul

Chegando o dia certo,
Desabrochara suas preciosas pétalas
E tornara-se colorida, agradável e alegre
Pois já sabia do que valeria sua vida:
Abrir-se ao Sol para encantar os transeuntes

Por ali salmodiavam os jovens
Que colheriam a bela rosa do jardim
Quando lhes fossem conveniente o tempo
E colocá-la-iam nas berlindas de Belém...
Para que todos a vissem radiante na grande cidade

A rosa, porém, nada disso queria
E sentia-se bem quando só em seu jardim
A espalhar o perfume que outrora lhe guardava da morte
E, assim, abrindo-se ao perecimento

Sobre isso, lidou o homem com sabedoria
Passeando por ali, entoava:
"Disso também vale o homem:
Que abra-se como uma rosa ao Sol
E a glória que no seu interior gerara
Possa se espargir,
Triunfando a solidariedade
Com as outras rosas do Éden"

- Victor Moreira (versos meus)

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