sábado, 27 de novembro de 2010

Inutilidades

A beleza desse poema é que ele é assim mesmo, tão inútil.


Ninguém coça as costas da cadeira
Ninguém chupa a manga da camisa
O piano jamais abana a cauda
Tem asa, porém não voa, a xícara

De que serve o pé da mesa se não anda?
E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está em sua casa
O dente de alho não morte coisa alguma

Ah! se trotassem os cavalos do motor...
Ah! se fosse de circo o macaco do carro...
Então a menina dos olhos comeria
Até bolo esportivo e bala de revólver.

- José Paulo Paes

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